“Fábrica de Pássaros”

04/09/2012 15:16

 

 
 

            Rotina de escola. Assim começa essa história. Em uma escola estadual do Espírito Santo da cidade de Cachoeiro de Itapemirim, curtiam a simplória rotina de ensino, alunos comuns. Tudo até agora parece simples, certo? É assim que a maioria dos alunos pensava e alguns ainda pensam, mas não eu. Tudo isso por uma visita organizada pela escola, à tarde em um lugar onde não imaginávamos ir e que talvez nunca pensássemos que existia logo aqui, na simples cidade.
            Sem mistérios agora. O título faz querer saber o que o texto diz, e não é muito diferente do que realmente é, pois naquele dia de visita fomos a um lugar diferente e emocionante, pelo menos a mim, onde verdadeiros pássaros de madeira eram produzidos. Confunde um pouco a cabeça quando não sabemos o que é, mas quando vemos ficamos apaixonados. Esses “pássaros”, não tinham o formato de pássaro, mas eram peças que reproduziam o som deles. A variedade era diversa e nosso espanto e admiração cresciam a cada pio tocado pelo jovem rapaz que nos recebeu e que era neto, senão me engano, do então falecido Maurílio Coelho, fundador da fábrica de pios, mas essa história nós não veremos por agora.
            Quantas vezes via tais pios na TV, internet e nunca soube que aqui nasceu a perfeição dos pios, na simples cidade de Roberto Carlos, Rubem Braga, Nilton Braga e demais famosos artistas e pensadores cachoeirenses. A casa de pios não só fica escondida fisicamente como socialmente. Se falo a verdade caro leitor? Com toda a certeza sim, pois sei que muitos que agora lêem o que escrevo nunca ouviram falar dessa encantadora fábrica, que me fez até abandonar a idéia de visitar a fábrica de chocolates.
            Naquele mesmo dia em casa não parava de pensar no meu dia e na visita que havia feito, fazendo projetos de comprar, divulgar, fazer uma estante pra mim só com meus pios preferidos. Tudo isso era a famosa mania de adolescente, que quando descobre algo quer explorá-lo.
            Mas com o tempo, a rotina foi me calando, calando e calando. Até que eu me esqueci! Esqueci do quanto é importante o apoio à cultura, de quanto é importante divulgarmos o que gostamos e o que nos apaixonamos um dia, pois quando nos apaixonamos por algo, mesmo que passe, não esquecemos. Minha dica? Nunca deixe que seja esquecido o momento em que seus olhos brilharam. Pois os meus brilharam um dia, mas a rotina me fez perder a paixão pela “fábrica de pássaros”.                                                       
Prof.Diego

 


Professores responsáveis: Adriana Oliveira e Vinícius Delfino